terça-feira, 25 de março de 2008

Mantega diz que Governo não estuda medidas de restrição ao crédito

Em entrevista à imprensa, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse que o Governo não estuda medidas para restringir o crédito. O depoimento foi dado depois de publicadas informações extra-oficiais sobre redução de prazos de financiamento ao consumidor.As informações, publicadas na mídia, apontam para uma preocupação por parte do Governo com a inflação e, particularmente, com o aumento da venda de carros motivado pelo crédito fácil.Ao que tudo indica, os prazos de financiamento para a compra do automóvel - que hoje chegam a 99 meses, em casos especiais - serão reduzidos para, no máximo, 36 meses.De acordo com Mantega, o governo pretende assegurar o crescimento estruturado da economia com estímulos ao investimento.Diálogo com setores"Nos próximos dias, vou conversar com representantes de vários setores para saber se eles estão em condição de ampliar a oferta e atender o crescimento da demanda nos próximos anos", afirmou. As informações são da Agência Brasil.Dentre os setores indicados para este diálogo, estão o automobilístico, a siderurgia e a indústria do cimento. Na próxima quarta-feira (26), ainda acontecerá uma reunião com representantes das instituições financeiras, para avaliar a situação do crédito no país."Se o setor financeiro garantir que segura a alavancagem [crescimento da demanda], estarei mais seguro. A preocupação não é com o presente, mas com o futuro", afirmou.EspeculaçãoA notícia de redução do prazo de financiamento de carros já causa comoção entre alguns setores. "Os negócios estão em uma média de 36 a 48 meses de prazo. Isso vai ocasionar um problema muito grande: se não tem financiamento, não tem venda. E se a venda cair, cai também a produção", preconizou o presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Érico Sodré Ferreira.Segundo especulações divulgadas na imprensa, o temor compartilhado pela Fazenda e pelo BC é de que a alta procura combinada com uma baixa oferta faça com que os preços dos automóveis aumentem, criando uma inflação setorial.Além disso, a última ata do Copom (Comitê de Política Monetária) apontou que foi analisada a possibilidade de se aumentar a Selic, atualmente em 11,25% ao ano, a fim de reduzir o avanço do consumo.

Fonte InfoMoney - Flávia Furlan Nunes

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